Avançar para o conteúdo principal

Ser.

Hoje apetece-me ser. Apetece-me viver as coisas até á sua infinitude, ao máximo. Quero acordar para o mundo, correr, saltar, entregar-me à Natureza. Ser a àgua, a areia, a lama, a relva acabada de regar, quero ser a flor que está a florir agora mesmo, quero ser aquele pássaro a cantar no ramo da àrvore, quero ser o sol, o vento e a chuva.
Quero renascer a cada dia, reinventar-me todos os dias. Quero ser o mais puro de mim, viver as emoções à flor da pela, rir às gargalhadas e chorar quando a garganta apertar, sim! Quero tudo, quero o mundo! Quero sair à rua e esquecer as convenções, regras inventados por uma sociedade que se esqueceu de viver. Quero reinventar o amor.
Quero conhecer aquilo que somos na essência. Afinal, quem somos nós? Dois seres únicos perdidos neste imenso mundo que por uma coincidência e uma troca de olhares acreditam que a vida ou o amor os uniu.
Mas quero ir mais além, porque não somos só isso. Não és só a pessoa que está à minha frente, tens o teu eu, mais intimo e mais escondido, que se calhar nunca mostraste a ninguém. Tal como eu, que tantas vezes me escondo, refugio, guardo os pensamentos para mim numa incapacidade bruta de os expressar.
Afinal quem somos nós? 
Quem sou eu?
É isso que quero descobrir hoje e ter a certeza todos os dias. Ser eu.
Quero ir à praia ao fim da tarde e sentar-me na areia à beira mar de olhos fechados e sentir o tempo, o vento, o mar, a areia debaixo do meu corpo, receber a vida, agarrá-la na minha mão e sentir essa força que me impele a vivê-la.

Hoje, amanhã, sempre, quero ser.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Paixão

Sei que a maioria das pessoas diz que a paixão é temporária, o que importa mesmo é que exista o amor verdadeiro e companheiro. Mas, desculpem-me, eu cada vez concordo menos com isto. Cada vez acredito mais que a paixão é realmente importante e completa o sentimento de amor. A paixão é todo o desejo, impulso, fogo que sentimos pelo outro; o amor é mais calmo, mais estável até, por isso é que muitas vezes amamos, só que a paixão não está lá, o que faz com que algo não esteja bem, sentimos que falta algo, sem saber bem o quê. É preciso que se cultive a paixão, que se vá alimentando a fogueira, porque esta paixão foi muitas vezes aquilo que nos fez dar o primeiro passo, atirar de cabeça. Esta paixão foi aquele desejo súbito de estar com o outro, de nos entregarmos, mesmo que sem segurança nenhuma, sem nada que nos dissesse "é para valer" ou "vai dar tudo certo". Esta paixão é a vontade pura e primeira do outro, da sua pessoa e do seu corpo. Acredito que é, frequentem...

a vontade

Às vezes, vem a vontade a vontade de te ver sempre de estar contigo sempre de esquecer que tudo o resto existe e aí, venho embora, e procuro voltar a mim prefiro ter essa vontade aguentá-la,  diluí-la no tempo esticá-la,  fazendo-a durar, do que acabar com ela logo de uma só vez rapidamente, sem pensar e quase sem sentir então escrevo penso, pinto,  sonho,  grito, abraço essa vontade e trago-a comigo lá no fundo do peito como companhia E quando te volto a ver deixo-a sair para a sentir de novo e deixar que me invada e me faça feliz por te ver por te ter por estar contigo  e sentir novamente aquela vontade louca sem sentido de esquecer tudo o resto e sou só ali contigo eu e a vontade e todos os outros sentimentos e sensações e tudo e tudo. Para depois voltar a mim para que possa voltar para ti sem me esquecer de quem sou e de quem tu és independentes um do outro.

Dizer adeus no trabalho

Não nos preparam para isto. Nunca ninguém me falou disto e nunca pensei passar por isto desta forma. Mas a verdade é que nas profissões da área social, não é possível ignorar a parte relacional. Aliás, essa é a parte mais importante do nosso trabalho, as relações significativas que criámos com as pessoas, com os utentes ou clientes, como lhes quiserem chamar. São pessoas. Pessoas a quem nos ligamos, de quem gostamos e de quem sentimos saudades. Sim, nem todos os dias são cor-de-rosa e nem sempre saímos do trabalho com um sorrido no rosto. Mas isso não significa que não gostemos dessas pessoas. Só que ninguém nos prepara para o momento em que temos de sair. Principalmente, quando sair não é uma decisão nossa. É um murro no estômago, e levantam-se tantas questões: - o que lhes dizer, como lhes explicar? - quando lhes dizer? - como ajudar a conter as suas emoções, quando as nossas emoções também estão à flor da pele? - como deixar para trás anos de relação, de acompanhamento, ...