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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2010

José Saramago, A Jangada de Pedra

"...portanto nada mais natural que terem-se logo abraçado José Anaiço e Joana Carda como se há um ano estivessem separados e padecessem de saudades desde o primeiro dia. Beijaram-se em ânsia, sôfregos, não foi um relâmpago mas uma sucessão deles, as palavras foram menos, é difícil falar num beijo, mas enfim passados minutos, puderam ouvir-se, Gosto de ti, creio que te amo, disse José Anaiço honestamente, Também eu gosto de ti, e também creio que te amo, por isso te beijei ontem, não, não é bem assim, não te teria beijado se não sentisse que te amava, mas posso amar-te muito mais, Nada sabes de mim, Se uma pessoa para gostar da outra, estivesse à espera de conhecê-la, não lhe chegaria a vida toda, Duvidas que duas pessoas possam conhecer-se, E tu, acreditas, É a ti que pergunto, Primeiro diz-me o que é conhecer, Não tenho aqui um dicionário, Neste caso, ir ao dicionário é ficar a saber o que já se sabia antes, Os dicionários só dizem o que pode servir a todos, Repito a pergunta,

Onde está a ética dos veterinários?

Não entendo como num mundo que dizemos tão evoluído continuamos a ver os animais como seres inferiores ao ser humano e que, portanto, não são portadores dos direitos mais básicos que o ser humano reconhece instintivamente para si. Se no outro dia eu tivesse visto um senhor no meio da rua ferido e tivesse chamado um ambulância, esta teria vindo imediatamente (ainda que pudesse demorar algum tempinho...), porque obviamente estava uma vida em jogo. Mas não, o que eu vi no outro dia foi um gato ferido, com o pescoço aberto e ferido numa pata, magro, fraco, apenas cheirava os meus dedos que tentavam chegar-lhe. Não tinha dinheiro, nem manta, nem nada. Ia a passar e vi-o. Inês, vamos lá. Primeira tentativa, liguei para a veterinário do meu gato a pedir ajuda, mas como estão longe deram-me o contacto de um veterinário mais próximo. Ok. Segunda tentativa: Clínica XX "Boa tarde, estou a ligar-lhe porque encontrei um gato aqui na Rua XX, está ferido e fraco e eu queria fazer alguma coisa
E foi só quando chegamos à praia que eu vi, verdadeiramente, a sua magia. Sabia já que eram especiais, mas nunca tinha percebido que, apesar de tudo o que já tinham passado e passavam ainda, ainda possuiam a inocência natural de ser criança. Foi aí que percebi que ainda havia esperança e que poderia ainda ter um papel importante nas suas vidas, porque nada estava perdido. Afinal, sabiam sorrir, brincar, afinal podia acreditar, existe um caminho melhor para vocês. E, por tudo isto e muito mais, não sei como vos deixar, não sei como dizer que chegou o fim desta viagem, não sei como explicar que já não estarei tão presente como dantes, como vocês se habituaram e como eu me habituei. E não foi apenas um hábito, mas sim algo que preenchia o meu tempo livre, me dava prazer, me fazia feliz, porque comecei a ligar-me a vocês, a gostar de vocês. Sempre achei que eram mais do que mostravam ser, que eram mais do que julgavam ser capazes e continuo a acreditar cada vez mais. O que vocês nem

Mudar

Acredito que existem como que níveis diferentes na nossa vida; não digo que uns sejam superiores aos outros, são apenas distintos. Somos nós próprios que decidimos ou reconhecemos quando começa uma etapa e termina outra, pois é algo que sentimos interiormente, que se faz notar, principalmente, por uma qualquer vontade de mudar. De momento, sinto-me num desses momentos de passagem de uma fase para outra, quero dar o salto e acredito que agora tenho muitas ferramentas e forças interiores que me tornam capazes de o fazer. Creio que é importante estarmos sensíveis a estas passagens, é como se fosse mais um passo em frente na nossa vida e faz parte do nosso crescimento. Talvez que se as ignorarmos fiquemos presos num qualquer período da nossa vida, talvez a oportunidade de saltar nos apareça, novamente, mais tarde, quando estivermos realmente preparados. Mas são estas mutações que vão formando o nosso ser, pois ficamos sempre com algo que descobrimos na etapa anterior, os asp

Se eu morrer amanhã...

O curso de hoje era sobre a morte. O professor disse para pensarmos sobre a morte, principalmente a nossa, pois a nossa sociedade tem excluído este assunto, tornando-o um tabu. Penso, então, na minha morte. Disseste-me no outro dia que nós estávamos a envelhecer juntos, chegará o tempo disso, somos novos e ainda vamos continuar a sê-lo. Mas, para a morte é sempre tempo, porque pode aparecer a qualquer momento. Se eu morresse amanhã queria ter-te ao meu lado para te dizer o quanto te amor e o quão importante foi a tua presença na minha vida, foi e será até ao momento em que feche definitivamente os meus olhos, em que dê o meu último suspiro de amor por ti, em que pense uma última vez em ti, em que o meu coração fraco bata uma última vez a lutar por este amor que não tem fim nem com a morte. Porque as pessoas que cá ficam não deixam de amar, têm é de seguir em frente com a vida que lhes resta. Não sei como quero morrer, mas sei que quero a oportunidade de te poder olhar mais