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A mostrar mensagens de agosto, 2015

Deixei o chão e abracei o ar

Deixei o chão e abracei o ar. Despi-me do peso das roupas, dos pensamentos e dos sofrimentos. Cai no meio do turbilhão e da ilusão. Pensei que seria um abismo tudo isto, mas afinal é só uma mudança. Sou um ser mais leve, à medida que me deixo ir. É outra espécie de luz. Não morro, mas renasço, ainda nesta vida, com tempo de voar para outro lado. Libertei as ideias, elas agora andam por aí soltas, ao vento. Nunca couberam todas na minha cabeça, era urgente permitir que se fossem. Pertencem-me, mas não preciso que fiquem em mim. Tal como amor. Pertence-me, mas não fica em mim. Porque não pode, porque não deixo. Porque não nasceu para ficar preso, nasceu para ser dado, oferecido, para ser um malandro que vai com todos e com todas. O amor é um rodado, diriam alguns, mas eu gosto dele assim. Sem preconceitos, sem limites. Dá-se com todos, oferece-se a todos, não tem inibições. E eu um dia gostava de ser como ele. Um dia eu também quero ser amor, tornar-me na forma mais personificada que e

Foi.

Se eu morresse amanhã gostava que soubesses que foi amor. Não sei mais que te dizer, acho que queria que soubesses isso. Foi amor, sem o "viveram felizes para sempre", sem coraçõezinhos a pairar por todo lado. Foi amor com partilha, aceitação, compreensão, atração e liberdade. Foi amor com muita felicidade. Foi um amor que logo desde início soube que tinha de acontecer. Foi um amor caído do céu, que apareceu ao acaso, sem ninguém esperar. E se calhar ninguém sabia o que era. Foi regado com sorrisos e olhares, com mil e uma conversas, com beijos e corpos nus, com abraços apertados. Foi crescendo aos pouquinhos, e aos pouquinhos nos fomos entregando mais e crescendo também nós mais a cada dia. E só hoje me apercebi, na verdade, do que criámos e do amor que temos. E sorri. E só queria que soubesses isso.

(in)adequação

É um alívio enorme quando te apercebes e aceitas a tua inadequação. Hoje percebi que todo o mal que tenho sentido em mim, veio da minha tentativa de encaixar, de achar que eu tinha que caber naquela forma, de achar que o sentir-me mal ou desadequada era da minha cabeça, que só tinha que tentar um pouco mais, forçar um pouco mais, trabalhar um pouco mais. E hoje, ao falar simplesmente, a resposta saiu-me dos lábios como se fosse a frase mais comum e natural que eu poderia dizer: "Hoje eu sei que ando sempre em altos e baixos, porque a realidade em que vivo e que vou criando à minha volta não me diz nada, não faz sentido, não me satisfaz". E é ao aperceber-me disso que ganho força e encontro maneiras de tornar a minha realizada mais adequada a quem eu sou e não aos outros. Só percebendo isso é que posso começar a moldar o meu pequeno mundo, a encontrar aquilo que realmente quero ser e fazer com a vida que me foi dada, ao invés de andar a passar pelo mundo como se ele não foss