A vontade de escrever assola-me e não consigo resistir-lhe.
Pego num caderno e caneta e as palavras atropelam-se para virem todas cá para fora.
Escrever é viver. Por isso sinto tanto desejo de o fazer.
É viver esta vida e ainda outra, talvez mais livre, mais pura e mais verdadeira. Porque a verdade é que, é no papel que colocamos realmente a verdade nua e crua dos nossos pensamentos, de tudo o que está escondido nos recantos da mente. Podemos, oralmente, com quem temos mais cumplicidade e confiança, desvendar algumas dessas ideias, porém, a sua totalidade nem sempre é expressa ou bem compreendida. De modo que, a verdade e significados reais daquilo que dizemos fica sempre em nós. A escrita é mais transparente, porque não precisamos de poupar ou ter tanto cuidado com as palavras. O papel só pede para que se escreva nele e a caneta anseia por voltar a escrever; as pessoas, essas, têm outras expectativas em relação a nós e ao que dizemos.
Quem lê, se para isso é o que está escrito, pode compreender apenas pela metade, mas isso já não é erro do escritor - o que ele sente está lá - , relaciona-se apenas com o facto de sermos todos diferentes, de termos diferentes visões do mundo e diferentes formas de ler.
(...)
Comentários