Não sei muito bem o que se passa comigo, estou naqueles períodos em que me sinto uma indefinição de coisas e nada e tudo. Estou instável e isso é visível em vários aspectos da minha vida: estudos, alimentação, amor.
O amor preocupa-me no sentido em que acabo por magoar quem mais amo. Mas depois de reflectir, acho que percebi uma parte do problema.
Eu sempre tive relações em que não podia confiar, em que não me sentia segura, em que não me conseguia sentir de facto confortável, porque tinha sempre a pulga atrás da orelha em relação a algo, tinha sempre um motivo para desconfiar, sempre algo que me fazia sentir mal, pequena, não amada e desrespeitada. A única relação em que não me senti assim, não era uma relação, não havia compromisso. Éramos apenas duas pessoas que se conheceram e que, por acaso, se deram bastante bem logo de início e, além disso, se sentiam bastante atraídas uma pela outra. Mas nada mais, éramos uma boa companhia um para outro, apesar de, nem um nem outro, querer pensar numa relação. Portanto, o meu histórico de relações, ou não-relações não é grande coisa, apesar de ter tido, obviamente, momentos muito bons.
Penso que por nunca ter tido uma relação onde me sentisse realmente amada, não sei o que fazer nesta relação em que sou mesmo amada. Como sempre tive relações problemáticas não sem o que é ter uma relação pacífica sem problemas demais. E, estupidez da estupidez, acredito que, inconscientemente, acabo por criar esses problemas, por devido às relações anteriores, não sei como é eles não existirem. Então crio dúvidas, fantasmas, faço e digo disparates e tenho atitudes descabidas. Volto a lembrar que não é algo intencional, aliás, só ontem, depois de mais uma crise no meu namoro, me debrucei sobre isto e fui fundo na questão. Eu tinha acabado de fazer algo que me tinha feito a mim no passado e que me tinha magoado muito. E eu fi-lo à pessoa que amo, sem sequer pensar no quanto o poderia estar a magoar. Não foi com objectivo de magoar, eu nem sequer escondi, porque na minha "inocência" ou "inconsciência", nem sequer vi mal. Mas, tem mal, tem muito mal. E agora até tenho vergonha, sinto-me suja. Agora que tomei consciência vejo o erro. Depois de ver a pessoa que amo desiludida, profundamente desiludida, sem saber o que fazer, se acreditar em mim, se confiar, se continuar, se baixar os braços e dizer "basta!", eu percebi! Devia ter percebido logo, mas já dizem que ""só damos valor às coisas quando as perdemos". Eu não perdi, mas ainda me magoou mais ver o sofrimento na sua cara e perceber que eu era a culpada de tudo.
Não, agora que tomei consciência, tenho começar a pensar mais nas coisas. Não quero magoá-lo mais, já passámos muito, já lutámos muito, já sofremos muito, já amámos muito e já rimos muito e eu quero que isso continue. E vou lutar por isso, vou deixar os fantasmas no sitio deles, lá no passado onde pertencem para me lembrarem daquilo que eu não quero que exista entre nós. E vou fazer de tudo para não voltar a ver aquele sofrimento nos olhos de quem amo.Desculpa.
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