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Asas, para que vos quero?

Às vezes, queremos a todo o custo fugir ou evitar certas situações. 'Pernas, para que vos quero?', perguntamo-nos tantas vezes, enquanto o medo, a ansiedade ou o nervosismo se vão apoderando de nós conforme os formos deixando. Queremos pernas para correr dali para fora, para corrermos e podermos voltar para nossa zona de conforto, para o nosso ninho pessoal e emocional, onde conseguimos que tudo faça sentido.
Na maioria das vezes, na minha vida, não queria ter pernas para fugir... queria ter asas para voar e ir atrás dos meus sonhos. Queria tanto as minhas asas imaginárias ou reais para concretizar todas as minhas ideias. Há dias de enorme extâse e criatividade, dias em que basta acordar para fazer acontecer. As ideias invadem a minha mente, uma atrás da outra, ou todas aos tropeções, às vezes nem consigo distingui-las. Dias em que sou grande, gigante, capaz de tudo, sou uma heroína. Sou tudo o que quero, imagino e sonho. E até consigo ser o que os outros querem. Nos dias exepcionais, do outro mundo, até consigo concretizar ideias, pôr em prática planos e tornar sonhos realidades. Mas frequentemente, estes dias de delírio e extâse, são seguidos de desesperança e de sensação de fracasso. Nestes dias, sinto-me hipócrita incapaz de colocar em prática aquilo que defendo e penso. Acho que é quase como uma consequência do esforço de ter o cérebro a pensar constantemente, a criar constantemente. É como se estivesse a ter uma moca criativa e depois a ressaca é maior do que aquilo que consigo aguentar.
Acho que algumas pessoas chamariam a tudo isto bipolaridade. Eu acho que é um problema de asas... algumas estão meias avariadas e na hora de descolar, não nos levantam do chão.
Eu não quero calar as minhas ideias e delírios... quero apenas asas para voar com eles.

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