Já não me lembrava de chorar de amor. Mas no outro dia, olhei para ti e emocionei-me, senti o peito cheio de algo, de uma energia boa que não sei definir melhor do que isto, caiu-me uma lágrima e sorri. Foi um lágrima tão feliz, acredita. Deixei-a cair, deixei-me senti-la e sentir a sensação doce de te querer, de admirar e de gostar de ti. Foi nesse momento que percebi que um pequenino lugar dentro de mim seria teu, sempre, independentemente do amanhã. Aquele pedacinho de mim é teu. Sim, esse. Aquele bocadinho de pele no ombro, aquele sinal na bochecha, aquele canto do lábio, aquele brilho nos olhos, aquele fio de cabelo que afastaste dos meus olhos e que teima em voltar sempre para a frente da minha cara. Afinal, são vários pedacinhos. E são teus.
Sei que a maioria das pessoas diz que a paixão é temporária, o que importa mesmo é que exista o amor verdadeiro e companheiro. Mas, desculpem-me, eu cada vez concordo menos com isto. Cada vez acredito mais que a paixão é realmente importante e completa o sentimento de amor. A paixão é todo o desejo, impulso, fogo que sentimos pelo outro; o amor é mais calmo, mais estável até, por isso é que muitas vezes amamos, só que a paixão não está lá, o que faz com que algo não esteja bem, sentimos que falta algo, sem saber bem o quê. É preciso que se cultive a paixão, que se vá alimentando a fogueira, porque esta paixão foi muitas vezes aquilo que nos fez dar o primeiro passo, atirar de cabeça. Esta paixão foi aquele desejo súbito de estar com o outro, de nos entregarmos, mesmo que sem segurança nenhuma, sem nada que nos dissesse "é para valer" ou "vai dar tudo certo". Esta paixão é a vontade pura e primeira do outro, da sua pessoa e do seu corpo. Acredito que é, frequentem...
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