Avançar para o conteúdo principal

Ano novo, casa nova.

Esta coisa de andar sempre a saltar de um lado para o outro dá comigo em doida. Nem sempre adoro rotinas, mas confesso que já me sabia bem alguma estabilidade.
Há um ano estava a preparar-me para ir para Londres e, entretanto, tanto se passou e tantas saudades tenho de Londres, das minhas pessoas de lá, e da pequena Kensal Rise, tão simpática e confortável. Dos pubs, dos pints, de falar inglês constantemente, de conhecer pessoas aleatoriamente, se sentir a felicidade de ser e estar, de capturar pequenos momentos, paisagens, gestos. 
Em Londres vivi cerca de 3 meses e mudei de casa 2 vezes. Entretanto voltei para o Porto e passado um mês mudei-me para a capital. E agora 6 meses depois mudo novamente de casa. E tudo aponta que em breve mudarei novamente. Se é engraçado? É. Se no espaço de um ano vivi muito e cresci muito? Sem dúvida. Se conheci pessoas maravilhosas que mudaram a minha vida? Conheci. Se me arrependo de algo? Às vezes, acho que sim; mas não, acho que faria tudo de novo. Foi um ano de aprendizagens, de mudanças, de "safa-te que agora estás sozinha". Foi tão rico e tão bom; foi tão triste e tão difícil também. Mas foi. Sobrevivi.
Não falemos sequer do facto de morar agora na capital, longe de família e amigos, das constantes viagens ao porto, que sabem a tão pouco, porque quero fazer tudo e na verdade me sinto cansada para tudo também. Não falemos sequer das amizades que mudam com a mudanças, por vezes para melhor outras vezes nem tanto. Não falemos das saudades constantes e do quanto custa pegar nas tralhas do domingo e apanhar a camioneta para baixo sozinha.
Porque para mim parece que a vida no porto pára quando venho embora. Mas ela continua. As pessoas continuam a viver e a fazer coisas. As pessoas sobrevivem à minha ausência. Até que eventualmente começam a não senti-la tanto. E isso assusta tanto, mas também te faz perceber que o mundo não gira à tua volta. 
Mas estar longe e sozinha custa, pelo menos a mim. E estar sempre a mudar também.
Por isso, por favor, 2017 traz-me alguma estabilidade. Estou pronta.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

período cinzento, cinzentíssimo...

Não gosto de me sentir assim e não queria escrever sobre como me sinto, porque isso é admitir, de facto, que me sinto assim. E eu quero negá-lo a todo o custo. Mas não tenho como. Sinto-me completamente em baixo. Sinto mal em qualquer lado, sinto-me mal comigo, com o meu corpo, com tudo e acabo por fazer mal às pessoas que tenho a meu lado. É tão estranho.  Eu sei o que, supostamente, tenho de fazer para não me sentir assim, mas sinto-me tão fraca, como se não valesse a pena. Mais vale deixar-me ficar aqui sentada e não me chatear. Só que estar sentada sem fazer nada chateia-me! Um dia sentada a olhar para a televisão ou para o computador mata-me e não tenho conseguido fugir disso (pelo menos enquanto andar de muletas, por causa do pé torcido!)... Sinto que me sai tudo torto, canso-me das coisas com facilidade, quero explicar e não consigo. "Inês, o que é que se passa contigo?" e eu com um nó na garganta, a querer responder e não me sai nada, "Inês, por favor, fa
A introspeção é algo muito importante, que pode parecer bonito e relaxante, mas nem sempre o é. Não é nada fácil olharmos para nós e vermos as nossas falhas e vulnerabilidades. Mas, se não o fizermos, é bem mais difícil mudar e evoluir. E vamos continuar a bater com a cabeça contra a parede, sem perceber porque é que determinadas coisas continuam a acontecer. Eu ainda estou a trabalhar a nível do reconhecimento das vulnerabilidades, e uma delas é gritante e talvez comum a muitas pessoas: falta de confiança e/ou insegurança. Parece uma coisa banal, mas nem sempre é fácil admitir. Ou podemos até ser capazes de admitir para nós próprios, mas não para os outros. Para os outros, usamos sempre a capa de pessoa super confiante, invencível. Mas eu reconheço essa falha e sei que ela tem tido impacto em diferentes áreas da minha vida.  A insegurança fez com que muitas vezes não falasse mais com determinadas pessoas, não procurasse relacionar-me mais com elas, apesar de sentir uma ligaç

Love can be so much more, if you just let it be.

I knew almost nothing about her. But what she showed me was so much. I didn't know until then, how little I knew about love and about myself. She kissed me and the world change. It got bigger, and it turned into a big mess of infinite possibilities. It was amazingly scary and terrifically wonderful. How can someone we almost don't know, see us so well. She kissed me and I knew: love is free, as free as you want it to be. Love can be so much more, if you just let it be.