"Tu que és psicóloga..."
É o início de uma frase que me irrita bastante e que normalmente, na minha experiência, antecede um conjunto de disparates que as pessoas acham, que eu que sou "psicóloga" "sei" que obviamente são a verdade mais correta e óbvia deste mundo.
"Tu que és psicóloga sabes que as crianças com pais separados são assim..."
"Tu que és psicóloga sabes que quem fuma erva acaba sempre por experimentar e passar para coisas mais graves"
"Tu que és psicóloga sabes que se um pai é assim o filho também vai ser, não há por onde fugir"
"Tu que és psicóloga sabes que as crianças mais quietas e sossegadas normalmente crescem com problemas"
"Tu que és psicóloga sabes que as crianças irrequietas depois acabam por ter mau aproveitamento, problemas na escolas e comportamentos de risco"
"Tu que és psicóloga, dá-me lá a tua opinião sobre o meu filho/a minha amiga/o meu pai/o meu patrão/etc.."
São só alguns exemplos.
Para começar eu não sou psicóloga. Queria muito dizer que sou e trabalhar como psicóloga. Mas não sou. Não fiz o estágio de acesso à Ordem e por muito que para todas as pessoas que me rodeiam o facto de eu ter terminado os estudos em psicologia signifique que eu sou psicóloga, não sou nem sinto que o seja e não me sinto bem em dizer que sou.
Depois, as situações que escrevi anteriormente, podem todas elas ser verdade e ter acontecido com determinada pessoa, não têm de ser verdade para toda a gente. Há crianças com pais separados que se comportam de uma maneira e outras de outra. Há pessoas que fumam erva a vida inteira sem problemas e outras não. Há coisas que os filhos fazem iguais aos pais outras não. Não é por o meu pai ser alcoólico que eu também vou ser. Etc e tal. Há um infinito de possibilidades para o que se vai passar na vida de cada um, as coisas não são assim tão linear e eu, que não sou psicóloga não tenho que saber tudo. Principalmente se não sou eu que acompanho o caso da pessoa em causa e, portanto, não tenho o conhecimento para saber o que realmente se passa.
E, já agora, se eu fosse psicóloga, ser psicóloga era a minha profissão, não significa que eu tenha que ser psicóloga noutras áreas da minha vida, comportar-me sempre de forma como um psicólogo se comportaria em contexto profissional e ter sempre a atitude mais adequada, assertiva, etc. Fora do trabalho, os psicólogos são pessoas como todas as outras: têm problemas, choram, riem, dizem coisas desadequadas, têm comportamentos corretos e outros nem tanto, dizem palavrões, chateiam-se, etc.
É o início de uma frase que me irrita bastante e que normalmente, na minha experiência, antecede um conjunto de disparates que as pessoas acham, que eu que sou "psicóloga" "sei" que obviamente são a verdade mais correta e óbvia deste mundo.
"Tu que és psicóloga sabes que as crianças com pais separados são assim..."
"Tu que és psicóloga sabes que quem fuma erva acaba sempre por experimentar e passar para coisas mais graves"
"Tu que és psicóloga sabes que se um pai é assim o filho também vai ser, não há por onde fugir"
"Tu que és psicóloga sabes que as crianças mais quietas e sossegadas normalmente crescem com problemas"
"Tu que és psicóloga sabes que as crianças irrequietas depois acabam por ter mau aproveitamento, problemas na escolas e comportamentos de risco"
"Tu que és psicóloga, dá-me lá a tua opinião sobre o meu filho/a minha amiga/o meu pai/o meu patrão/etc.."
São só alguns exemplos.
Para começar eu não sou psicóloga. Queria muito dizer que sou e trabalhar como psicóloga. Mas não sou. Não fiz o estágio de acesso à Ordem e por muito que para todas as pessoas que me rodeiam o facto de eu ter terminado os estudos em psicologia signifique que eu sou psicóloga, não sou nem sinto que o seja e não me sinto bem em dizer que sou.
Depois, as situações que escrevi anteriormente, podem todas elas ser verdade e ter acontecido com determinada pessoa, não têm de ser verdade para toda a gente. Há crianças com pais separados que se comportam de uma maneira e outras de outra. Há pessoas que fumam erva a vida inteira sem problemas e outras não. Há coisas que os filhos fazem iguais aos pais outras não. Não é por o meu pai ser alcoólico que eu também vou ser. Etc e tal. Há um infinito de possibilidades para o que se vai passar na vida de cada um, as coisas não são assim tão linear e eu, que não sou psicóloga não tenho que saber tudo. Principalmente se não sou eu que acompanho o caso da pessoa em causa e, portanto, não tenho o conhecimento para saber o que realmente se passa.
E, já agora, se eu fosse psicóloga, ser psicóloga era a minha profissão, não significa que eu tenha que ser psicóloga noutras áreas da minha vida, comportar-me sempre de forma como um psicólogo se comportaria em contexto profissional e ter sempre a atitude mais adequada, assertiva, etc. Fora do trabalho, os psicólogos são pessoas como todas as outras: têm problemas, choram, riem, dizem coisas desadequadas, têm comportamentos corretos e outros nem tanto, dizem palavrões, chateiam-se, etc.
Comentários