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O meu primeiro amigo.

Posso passar dias e dias sem lhe falar. E posso até nem reparar.
Às vezes, até me sinto mal por isso. Sou tão desnaturada.
Mas não gosto muito de falar ao telefone, parece que nunca tenho nada de interessante para dizer. Esqueço-me que, se não for por telefone, neste momento, é difícil manter um contacto regular com ele.
Esqueço-me. Acho que, às vezes, a minha mente quer esquecer que ele está longe. Quer só lembrar que ele está bem, que está feliz, e que a razão para não o ver nada tem que ver com a distância que nos separa.
E esqueço-me.
Mas a verdade é que ele está longe. 
Há uns tempos, caiam-me as lágrimas ao despedir-me dele.
Hoje cairam-me as lágrimas ao vê-lo chegar, no aeroporto, depois de meses longe, de saudades meio escondidas.
Ele foi o meu primeiro amigo.
Por vezes, gozava comigo.
Por vezes, fazia-me rir tanto que me engasgava com a comida e a minha mãe ficava super preocupada.
Já nos chateámos muito.
Mas também já demos super abraços em momentos menos bons.
E por alguma razão, se um chora o outro quase de certeza vai começar a chorar também.
Ele é o meu irmão.
E eu estou super orgulhosa e feliz por ele. 
Mas também tenho saudades.

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