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Surgiu naturalmente e agora parece-me a forma mais incrível e sincera de gostar. Pensa no quão bom é, teres uma pessoa ao teu lado que te permite explorares tudo aquilo que és, seja com essa pessoa ou com outra. Seja sexualmente, emocionalmente ou intelectualmente, ou de qualquer outra forma que aprecies e desejes. Imagina o quão libertador seria, poderes agir sobre aquilo que sentes, sem medo de magoar a outra pessoa ou de a perder? Pelo contrário, sabendo que ao fazeres isso, podes até estar a contribuir para o aprofundamento da ligação que ambas têm, para o aprofundamento do que conhecem uma da outra e do que conheces ti próprio/a.
Não. Uma relação aberta, não é uma relação onde ambas as partes traem e isso é aceite. É uma relação onde todas as partes envolvidas se respeitam e aceitam, e onde a comunicação e sinceridade são peças essenciais. Uma relação que te obrigada a explorar e a falar do que sentes e pensas, com abertura. E aprendes a ouvir e a aceitar também. 
Deixas o ego de parte e vives bem sabendo que o mundo da outra pessoa não roda à tua volta. E a outra pessoa vive bem assim também, sabendo que não é o teu mundo. Chega a existir até um orgulho e uma felicidade que se sente ao ver a outra pessoa explorar outros caminhos, abrir horizontes, descobrir-se, perder-se e encontrar-se. É bonito ver pessoas a evoluir, a crescer e aprender. E é bonito fazermos esse processo nós próprios e termos companhia nessa viagem. Sem julgamentos.
Se é tudo bonito e fácil, não. Mas não me venham dizer que nas relações fechadas/monogâmicas é tudo lindo e cor-de-rosa. Já passei por isso, e não são. Todas as relações têm os seus desafios. Conheço os dois lados e sei o que quero e não quero. Escolho o desafio de continuar a crescer e explorar tudo aquilo que sou. Escolho o desafio de aceitar os outros, incondicionalmente. Escolho gostar só, sem me impor naquilo que é a vida, pensamentos e sentimentos da outra pessoa. Escolho deixar fluir.
E, aceitando que não temos todos de ter relações iguais e seguir os mesmos padrões, acredito que se todos baixarmos um bocado a guarda e deixarmos as coisas acontecerem, vivemos todos mais felizes e tranquilos.

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