E não há nada como acordar de manhã e ter horas para chegar, mas despacharmo-nos demasiado rápido e podermos simplesmente sentarmo-nos um pouco no café da esquina. Há tempo para pedir o dito café, tomá-lo e vaguear um pouco (como faço agora). Tudo o que digo ou escrevo não passam de divagações e, conforme o estado de espírito, serão elas raivosas ou pacíficas.
Contudo, aqui me encontro eu, nesta pequena sala, apenas com mais três clientes. O silêncio é suficiente para ouvir o trabalho da cozinha enquanto o senhor na mesa ao lado passa as folhas do jornal e, entre o barulho de alguns carros (já de manhã), é possível ouvir o burburinho apaixonado do casal de namorados, na mesa ao fundo, que toma o pequeno-almoço, alegre, no seu ritual amoroso.
E eu nesta simples mesa.
Parece-me que quando o silêncio é demasiado profundo se consegue ouvir a caneta a gatafunhar no papel e os meus pensamentos confusos. Mas, isto são mais divagações.
Pago o café e saio para a rua. Começa o dia.
Que saudades tenho da caneta e do papel.
Comentários