Não quero desconsiderar as outras pessoas que sempre me apoiaram e estiveram ao meu lado para tudo. Mas, sem dúvida, tu és o meu grande amigo de sempre, pai. Obrigado por ligares a perguntar por mim, saber como estava, obrigado por sentires que não estou bem e me ofereceres todo o teu apoio. Sinto que estás aqui comigo e ouvir a tua voz foi reconfortante.
Posso falar com toda a gente, mas contigo posso falar sem ser julgada. Não te quero preocupar, não quero que venhas a correr daí por minha causa, não quero que fiques aí a pensar no que deverias fazer. Nem eu sei muito bem o que fazer, o que sentir, o que pensar. Às vezes, só queria desaparecer, pai. E nesses momentos não sei onde me meter. Não sei o que dizer às pessoas que mais amo, não sei explicar e reconhecer que não estou bem. Eu não sei nada disso, porque nem me reconheço, às vezes.Sinto-me uma fraude, porque a maioria das coisas que defendo não as ponho em prática - toda a minha filosofia de vida, tudo o que eu pensava e defendi é uma treta! É uma treta porque eu não consigo vivê-lo! Corro atrás disso, mas nunca o alcanço!
Ir ter contigo parece-me uma boa ideia, por outro lado tenho tanta coisa aqui que quero acompanhar... Estou confusa, não sei o que fazer. Faz-me sentido o que disseste: tirar uma semana, afastar-me de tudo e relaxar. Por outro lado, puff...
Vês, nem uma coisa simples consigo decidir.
Já nem eu acredito em mim. Tu acreditas, eu sei. E sei que estás aí agora a mandar as tuas forças todas para mim, para amanhã me ligares e eu não chorar, e dizer que estou bem.
Não queria falar contigo por telefone. Não queria sem ter o teu abraço reconfortante, mas não consigo esconder-te nada. E agora faz-me falta o teu abraço. Neste momento, dava tudo para te ter aqui. Sinto-me pequenina, tão pequenina...abraça-me, por favor.
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