Sim, tive uma merda de um fim de semana. (Claro que tive coisas boas, óbvio, mas sabem aqueles dias em que vemos tudo cinzento, pronto, é isso).
Tive um fim de semana de merda como já não tinha à muito tempo. Sinceramente senti-me a bater mesmo lá no fundo. Sempre tive "crises" deste género, aparentemente sem razão nenhuma, mas sim existe sempre um razão. Já não me sentia assim há muito tempo e dei por mim e dar com a cabeça na parede, a dar saltinhos de raiva, a gritar em silêncio, a querer desaparecer por simples magia, a querer fazer desaparecer toda a gente, a chorar compulsivamente, a sentir-me zero, nada ninguém, a não querer faltar, a querer estar sozinha, a querer dormir até mais não. Dei por mim a desistir. Dei por mim a pensar: "Chega, tenho de procurar ajuda!" (continuo a achar que só posso beneficiar de ajuda). Dei por mim a desistir mesmo. Foi um longo domingo negro.
E uma segunda-feira que se apresentava igualmente negra, mas que acabou por não o ser. Acordei com vontade para nada. Acordei com vontade de me deitar e dormir até mais não. Acordei com vontade de não ver ninguém e de comer (Óbvio!). E foi isso que fiz. Faltei a tudo aulas, visitas, voluntariado e fiquei em casa. Mas a certa altura algo mudou. Depois de comer milhentas coisas, de me sentir cheia e tal...Depois de ligar a porcaria da televisão que só serve para ficarmos colados a ela em vez de fazermos coisas muito mais importantes, algo mudou. Acho que foi quando liguei o rádio a altos berros e me pus a dançar feita tolinha cá em casa. Acreditem soube-me tão bem!!! (Dançar, dançar, dançar, fazer macacadas para mim própria, falar sozinha, rir-me sozinha... bem, foi um pouco de tudo)
E comecei a ficar mais activa, com mais energia e mais positiva. E estou bem. Acho que o que me acaba por tranquilizar sempre é que a vida também tem destes momentos menos bons, mas acima de tudo eu é que escolho o que fazer com esses momentos. Eles não são momentos maus, eu é que escolho que eles sejam. E, sim às vezes é dificil reconhecer isso, mas eu sei perfeitamente que escolhi sentir-me assim e viver um domingo negro. Se calhar precisava de o sentir, não sei. Mas acredito bem no fundo que foi escolha minha e que, provavelmente, demorei algum tempo a perceber que poderia escolher o contrário (apesar de o saber desde sempre). Eu sei que sempre haverão coisas que me vão deitar abaixo assim como outras que me vão levantar e fazer muito feliz. Sei que não passam de situações normais e que eu é que decido o que fazer com elas. Sei que posso não ver isso logo no momento, mas mais cedo ou mais tarde faz-se luz e tudo muda. Eu sei disso, eu confio em mim e sei que posso escolher. Eu posso sempre escolher, em tudo na vida.
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