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Time to let it go and live free

Não sei o que dizer, nem escrever. Mas tenho de arranjar forma de tirar este nó do pescoço e este aperto do peito e mandá-los cá para fora.
A vida somos nós e no limite, sim, estamos sempre sozinhos e é sozinhos que temos de nos safar.
Desisto. Hoje desisto de ti e de pensar que sou sempre a culpada das nossas discussões. Desisto de me rebaixar, de me inferiorizar e de pensar que enquanto filha devo desculpar-te mesmo sem ouvir desculpas e fazer de tudo para fingir que as discussões não existem, para que tudo fique (ou pareça) bem. Desisto, faz-me mal e não me adianta de nada, porque não consigo chegar a ti. Não sei a culpa é minha mesmo ou não, não sei o que pensas, porque não falas comigo, não sei como raio é que podes pensar certas coisas sobre mim. Mas pensas. Ponto final.

Esta história já é velha. Estou cansada disto.
Vou, simplesmente, continuar a viver a minha vida, como se vivesse sozinha. Porque no fundo é como se assim estivesse - mentira é um dois em um horrível onde se junta pior de viver sozinho (sentir-se só, não ter ninguém) com o pior de viver junto (discussões, críticas, problemas). É triste, mas sinto-me cansada de tentar em vão e não percebo porque é que os meus defeitos ou erros (que todos temos e cometemos) são tão graves que te levem a ter uma atitude assim.

Não percebo o que te fiz para agires assim - histórias passadas para mim é no passado que ficam e já provei que as coisas mudaram. Acreditar nisso ou não é uma opção tua e já não depende de mim. Eu já te pedi desculpa, já me arrependi e já me desculpei.
Por isso, não percebo. E, se tu não me queres explicar, se não queres falar comigo, eu desisto de tentar perceber.

Já fiz o que tinha a fazer. Não estás disponível para falar, eu respeito e não te vou voltar a perguntar se queres falar. Não esperes de mim mais nenhuma atitude de tentar solucionar a situação. Não esperes de mim sorrisos e palavras queridas. Não esperes que eu esqueça e siga em frente, como das outras vezes, fingindo que não aconteceu nada. Aconteceu e não está bem. Mas eu já não vou tentar mais chegar a ti.
Está na hora de seres tu. Seres tu a procurar-me. Seres tu a pedir desculpa. Seres tu a tentar recuperar-me. Está na altura de mostrares que realmente te preocupas tanto como dizes. Está na altura de te levantares e procurares as evidências que mostram que a tua atitude não faz sentido. Está na altura de seres tu a dares o próximo passo e dares o braço a torcer.

E, sinceramente, perdido por cem, perdido por mil. Se a ideia que tens de mim é a que mostras ter, já não me importa sequer dar-te motivos para pensares o contrário. Tu pensas o que tu quiseres e, apesar de eu saber que tens muitas ideias erradas a meu respeito, problema teu - não tenho que estar a vender-te a realidade. Tu é que devias abrir bem os olhos. E, já não me interessa, se estás com problemas psicológicos ou whatever - não é desculpa!  Se não estás bem, gostava de te ajudar (e já tentei) a cuidares de ti, mas não te admito que me trates dessa forma e que a desculpa seja "não estares bem". Estar psicologicamente  desequilibrada não te dá o livre transito para tudo o que quiseres e não podes tratar dessa forma - ou podes, mas tens de te responsabilizar pelas consequências.

Eu desisito.
Quando quiseres melhorar a situação procura-me, pois até lá, vou limitar-me à convivência básica que terá sempre de existir entre nós, vivendo na mesma casa. Ficarei sempre à tua espera, mas sinceramente as minhas esperanças são poucas. Duvido que me procures, duvido que tentes mudar a situação, duvido que consigas admitir que estás errada. Tenho muitas dúvidas quanto a isso, mas já não depende de mim.

Tenho passado estes dias a reviver a discussão vezes sem conta na minha cabeça, sem conseguir compreender. Não consigo. Desisto.

Adeus.


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