Há momentos na vida em que parece que conseguimos alcançar o equílibrio. Há momentos em que parece que, finalmente, encontramos o nosso caminho. Isso dá-nos uma sensação de bem-estar e mesmo quando algo não corre tão bem como gostaríamos, conseguimos contornar isso e não nos vamos abaixo. Eu sinto que estou num desses momentos. E se me perguntarem, sinto-me feliz. Se tenho tuuuuudo? Provavelmente, não. Tenho o essencial e dou valor a tudo o que tenho e acho que é isso que me faz ter esta sensação de leveza, de bem-estar e de gratidão para com a vida. De facto, a felicidade é uma viagem. Às vezes, afastamo-nos um pouco dela (sim, nós é que nos afastamos, porque ela está sempre lá), mas, mais cedo ou mais tarde, acabamos por reencontrar o caminho e dar de caras com ela. E é isso que eu estou a viver neste momento, dei de caras com a felicidade. Uma felicidade que eu construo a cada dia que passa, encontrando alegria em pequenas coisas, dedicando-me a outras pessoas, tentando ajudá-las, focando-me nos meus objetivos, procurando ser coerente com aquilo que penso, que quero e que faço. No fundo, não é muito difícil (apesar de eu, às vezes, também me esquecer disso)... Se olharmos bem, há tanta coisa boa no mundo para nos fazer sorrir e fazer sentir, pelo menos um bocadinho melhor.
Sei que a maioria das pessoas diz que a paixão é temporária, o que importa mesmo é que exista o amor verdadeiro e companheiro. Mas, desculpem-me, eu cada vez concordo menos com isto. Cada vez acredito mais que a paixão é realmente importante e completa o sentimento de amor. A paixão é todo o desejo, impulso, fogo que sentimos pelo outro; o amor é mais calmo, mais estável até, por isso é que muitas vezes amamos, só que a paixão não está lá, o que faz com que algo não esteja bem, sentimos que falta algo, sem saber bem o quê. É preciso que se cultive a paixão, que se vá alimentando a fogueira, porque esta paixão foi muitas vezes aquilo que nos fez dar o primeiro passo, atirar de cabeça. Esta paixão foi aquele desejo súbito de estar com o outro, de nos entregarmos, mesmo que sem segurança nenhuma, sem nada que nos dissesse "é para valer" ou "vai dar tudo certo". Esta paixão é a vontade pura e primeira do outro, da sua pessoa e do seu corpo. Acredito que é, frequentem...
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