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A introspeção é algo muito importante, que pode parecer bonito e relaxante, mas nem sempre o é.
Não é nada fácil olharmos para nós e vermos as nossas falhas e vulnerabilidades. Mas, se não o fizermos, é bem mais difícil mudar e evoluir. E vamos continuar a bater com a cabeça contra a parede, sem perceber porque é que determinadas coisas continuam a acontecer.
Eu ainda estou a trabalhar a nível do reconhecimento das vulnerabilidades, e uma delas é gritante e talvez comum a muitas pessoas: falta de confiança e/ou insegurança.
Parece uma coisa banal, mas nem sempre é fácil admitir. Ou podemos até ser capazes de admitir para nós próprios, mas não para os outros. Para os outros, usamos sempre a capa de pessoa super confiante, invencível.
Mas eu reconheço essa falha e sei que ela tem tido impacto em diferentes áreas da minha vida. A insegurança fez com que muitas vezes não falasse mais com determinadas pessoas, não procurasse relacionar-me mais com elas, apesar de sentir uma ligação e empatia e, perder, quem sabe, uma relação significativa. Fez-me não reconhecer que não sei determinada coisa e, por outro lado, duvidar daquilo que sei. Fez-me deixar que me rebaixassem. Fez-me calar a minha opinião, não dizendo o que penso. Fez-me achar que não sou suficiente, nas mais diversas áreas da minha vida.
E ao aperceber-me disto, só consegui pensar: “Como é que consigo viver assim, com tanta insegurança?” Vivendo.
Podia dissertar aqui sobre os diversos fatores que contribuíram para a minha insegurança. Mas interessa-me agora é evoluir e, portanto, fazer as pazes comigo própria. Antes andava sempre por cima de estilhaços de vidro, com muito cuidado (mesmo que não me apercebesse disso). Nem estava confortável com a maioria das pessoas; percebi depois que não me sentia confortável nem comigo própria. A partir do momento em que o reconheço, posso mudá-lo.

Serei sempre suficiente e sempre imperfeita. Não há volta a dar. E isso não é bom, nem mau. É a realidade.


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