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Não sei como, nem quando exatamente se partiu. Só sei que quando olhei para ele estava a começar a rachar, e foi rachando cada vez mais, até ficar ali em pedacinhos pequeninos e eu a pensar “Será que consigo consertá-lo?”
Não sei se foi falta de atenção ou de cuidado. Se foi puro esquecimento ou simples perda de carinho, mas algo se passou que o quebrou. Terá sido a utilização constante ou o seu esforço contínuo em vão, talvez tenha trabalhado de mais, por quem não devia, e sem colher os frutos, e chegou um dia em que não aguentou mais e quebrou.
Começou por um risquinho pequenino, tão simples de curar, mas que ninguém viu, ninguém tratou. Era só um pedacinho de cola. E o risco foi crescendo, atingindo o seu núcleo, quebrando-o todo, de dentro para fora. E agora? Será que o conserto? Por onde começo?
Por dentro com calma e paciência, mesmo que demore um pouco mais? Por fora, o que está lá dentro logo se vê, desde que fique logo a parecer bem e bonito?


Afinal nunca ninguém me ensinou a consertar um grande amor. Como se faz?

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