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Nunca quis saber dessas coisas. Sempre gostei do amor, mas não precisava de o ouvir todos os dias. O "amo-te" nunca foi uma palavra mágica para mim. Nunca ansiei enormes gestos, sempre gostei das coisas simples. Os anéis nunca foram sinal de compromisso. Algumas coisas até chegavam a irritar-me: os casais que se estão sempre a abraçar, tocar e beijar; as frases intermináveis para mostrarem o quanto gostam um do outro (perdão, o quanto se amam, porque gostar é pouco), quase como uma competição para ver quem é o mais romântico ou quem gosta mais; a chuva de prendas, por vezes sem um significado mais profundo do que esse mesmo "olha, uma prenda". Tantas outras coisas que nunca quis, nunca precisei e para mim nunca fora sinónimo de amor, ou de uma relação saudável. Continuo a achar o mesmo. Mas não consigo evitar, por vezes, de olhar para nós e pensar: "Foi isso que nos faltou?", essa dose sem sentido nenhum de comportamentos estranhos que não significam nada para nós, foi isso que nos faltou? Porque a mim parece-me que são as relações assim que resultam. Eu achava que tínhamos o essencial, o mais importante, em qualquer relação: amor. E se assim é, então o que nos falta? Uma dose extra desse amor? Um topping daqueles bem doces que chegam a enjoar, mas que ainda assim não conseguimos deixar de comer? É isso?
Será que as relações não sobrevivem sem essa dose exagerada de amor pegajoso? Se assim é, o amor desilude-me. E as relações também. Sempre achei que o amor era o mais importante. Mas afinal, parece que só o amor não chega. É sempre preciso mais. E eu na verdade só tenho isso para dar: Amor. E liberdade. Demorei muito tempo a respeitar-me e acreditar que sou o suficiente. Porém, volta e meia, vem a pergunta de novo: serei mesmo? E o amor, será suficiente? E a liberdade, será que a querem mesmo?

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