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Dizem que em vez de desistir, temos de aprender a parar e descansar. Eu acho que também é importante aprendermos a distinguir: distinguir o que vale a pena.
Há situações em que parar e descansar não é o suficiente, na verdade, não muda nada. Só faz com que permaneça tudo igual, durante mais tempo. Só acalmamos a nossa mente, mas o contexto está igual. E não era a mente que queríamos mudar. Não era na mente que estava a questão. Era fora, e parar e descansar, não permitiu mudança.
Há situações em que vale a pena. Afastamo-nos da situação, vemos de fora, ganhamos perspetiva e conseguimos ver o panorama geral do que se passa. Conseguimos compreender, agora, depois de pararmos e descansarmos, o que antes nos parecia incompreensível. A nossa mente mudou, avançou e isso fez com que o mundo à nossa volta ganhasse novos contornos, novas cores. Parar, fez sentido.
Acredito que é importante sermos capazes de ver a situação de fora, colocarmo-nos no papel do outro, de outros. Praticarmos a tal empatia de que tanto se fala. E falamos disso como se fosse algo fácil, mas quando estamos na situação queremos sempre ter razão, estar certos, sair por cima, mostrar que não somos nós que temos de mudar. E quantas vezes, somos nós, ou também nós, que temos de o fazer?
Então, acho que mais importante do que parar, descansar e/ou desistir é sermos capazes de olhar para fora, reconhecer o outro, com a mesma regularidade que olhamos para dentro.


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