às vezes queria fazer-te pequenino
esmagar-te
encolher-te
dar-te uma forma qualquer
como a um pedaço de barro
ou plasticina
para poder
sei lá
meter-te no bolso
e andar contigo
todo o dia
tocar-te
beijar-te
admirar-te
ter-te
em mim
junto a mim
mas penso também
que se fosses assim
pequenino
metia-te no bolso
ou na carteira
e de repente, podia perder-te
deixar-te cair ao tirar uma moeda
ou podias sair
pelo buraco do bolso velho
num momento qualquer
em que eu não notasse
e só ao final do dia
chegasse a casa
e fosse tirar-te do bolso
para te juntar à minha pele
daria pela tua falta
e não teria como te encontrar
então prefiro-te assim
como tu és
mesmo que não te tenha em mim sempre
prefiro-te assim
com toda a liberdade
de seres e estares
e viveres e amares
fora do meu bolso
ou carteira
prefiro-te assim
do teu tamanho natural
com tudo aquilo que és
prefiro-te assim
e vivo-te sempre que posso
e é sempre bom
guardando-te sempre em mim
mas não preciso de te encolher
mudar
ou moldar
esmagar-te
encolher-te
dar-te uma forma qualquer
como a um pedaço de barro
ou plasticina
para poder
sei lá
meter-te no bolso
e andar contigo
todo o dia
tocar-te
beijar-te
admirar-te
ter-te
em mim
junto a mim
mas penso também
que se fosses assim
pequenino
metia-te no bolso
ou na carteira
e de repente, podia perder-te
deixar-te cair ao tirar uma moeda
ou podias sair
pelo buraco do bolso velho
num momento qualquer
em que eu não notasse
e só ao final do dia
chegasse a casa
e fosse tirar-te do bolso
para te juntar à minha pele
daria pela tua falta
e não teria como te encontrar
então prefiro-te assim
como tu és
mesmo que não te tenha em mim sempre
prefiro-te assim
com toda a liberdade
de seres e estares
e viveres e amares
fora do meu bolso
ou carteira
prefiro-te assim
do teu tamanho natural
com tudo aquilo que és
prefiro-te assim
e vivo-te sempre que posso
e é sempre bom
guardando-te sempre em mim
mas não preciso de te encolher
mudar
ou moldar
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