Sei que a maioria das pessoas diz que a paixão é temporária, o que importa mesmo é que exista o amor verdadeiro e companheiro. Mas, desculpem-me, eu cada vez concordo menos com isto. Cada vez acredito mais que a paixão é realmente importante e completa o sentimento de amor. A paixão é todo o desejo, impulso, fogo que sentimos pelo outro; o amor é mais calmo, mais estável até, por isso é que muitas vezes amamos, só que a paixão não está lá, o que faz com que algo não esteja bem, sentimos que falta algo, sem saber bem o quê. É preciso que se cultive a paixão, que se vá alimentando a fogueira, porque esta paixão foi muitas vezes aquilo que nos fez dar o primeiro passo, atirar de cabeça. Esta paixão foi aquele desejo súbito de estar com o outro, de nos entregarmos, mesmo que sem segurança nenhuma, sem nada que nos dissesse "é para valer" ou "vai dar tudo certo". Esta paixão é a vontade pura e primeira do outro, da sua pessoa e do seu corpo. Acredito que é, frequentemente, anterior ao amor, mas não morre por aí, tem de ser alimentada e mantida, ao mesmo tempo que o amor nasce, cresce, transforma. Pois, parece-me que se não houver este fogo e desejo corremos, talvez, o risco de cair não numa relação de amor, mas numa amizade "íntima" e próxima. A paixão é a redescoberta do outro e de nós todos os dias, como se todos os dias conhecessemos o outro pela primeira vez e nos estivessemos a apaixonar por ele pela primeira vez; é também, por assim dizer, não cair no erro de pensar que conhecemos o outro na sua totalidade, que a relação já evoluiu tudo, atingiu o pico máximo, que nos leva a sentir que já não estamos a beneficiar, nem nós nem o outro dela, já não há ligação, nem nada para sentir, porque acabou a novidade, a aventura e o prazer de olhar o outro como alguém único.
Não gosto de me sentir assim e não queria escrever sobre como me sinto, porque isso é admitir, de facto, que me sinto assim. E eu quero negá-lo a todo o custo. Mas não tenho como. Sinto-me completamente em baixo. Sinto mal em qualquer lado, sinto-me mal comigo, com o meu corpo, com tudo e acabo por fazer mal às pessoas que tenho a meu lado. É tão estranho. Eu sei o que, supostamente, tenho de fazer para não me sentir assim, mas sinto-me tão fraca, como se não valesse a pena. Mais vale deixar-me ficar aqui sentada e não me chatear. Só que estar sentada sem fazer nada chateia-me! Um dia sentada a olhar para a televisão ou para o computador mata-me e não tenho conseguido fugir disso (pelo menos enquanto andar de muletas, por causa do pé torcido!)... Sinto que me sai tudo torto, canso-me das coisas com facilidade, quero explicar e não consigo. "Inês, o que é que se passa contigo?" e eu com um nó na garganta, a querer responder e não me sai nada, "Inês, por favor, fa
Comentários
micas adoro-te e obrigada por seres como es e por seres minha amiga,pois sem ti muitas vezes estaria perdida :)